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A PURIFICAÇÃO DO SANTUÁRIO

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PARTE I

SANTUÁRIO NO CÉU

É notório, que existiu um santuário terrestre construído por Moisés segundo um modelo exigido por Deus, no entanto, precisamos perquirir, existe um santuário no céu? Se Deus ordenou a construção de um santuário na terra segundo um modelo, dessume-se que o modelo foi do santuário celestial. Na verdade, a doutrina do santuário é a base da fé adventista na existência de um santuário celeste e no Juízo de Investigação. A renomada profetisa White comunga dessa assertiva, verbis:

Deus nos livre de que o estardalhaço de palavras vindas de lábios humanos debilitem a crença de nosso povo na verdade de que existe um santuário no Céu, e que um santuário segundo este modelo foi uma vez construído na Terra. Deus deseja que Seu povo se familiarize com este modelo, tendo sempre em sua mente o santuário celestial, onde Deus é tudo em todos.
Ellen G. White, Carta 233, 1904, citado em Cristo em Seu Santuário, pág 15

Frise-se por oportuno, que Moisés fez o santuário terrestre segundo o modelo que lhe foi mostrado pelo Criador. “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. Conforme a tudo que Eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus vasos, assim mesmo o fareis” Êxodo 25:8-9. O ilustre apóstolo Paulo se manifesta com deslinde, asseverando que o santuário terrestre era um modelo autêntico do santuário celestial. “Como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem. Os quais ministram em figura e sombra das coisas celestes, assim como foi Moisés divinamente instruído, quando estava para construir o tabernáculo; pois diz ele: Vê que faças todas as coisas de acordo com o modelo que te foi mostrado no monte” Hebreus 8:2;5. Segundo escritos da lavra da irmã White, este santuário terrestre era modelo do santuário celestial.

Como foi declarado, o santuário terrestre fora construído por Moisés, conforme o modelo a ele mostrado no monte. Era uma figura para o tempo então presente, no qual se ofereciam tanto dons como sacrifícios; seus dois lugares santos eram “figuras das coisas que estão no Céu” (Heb. 9:9 e 23); Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote, é “ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem.
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pág 369

Deveras, Satanás maculou o santuário celestial com seu pecado, portanto, o Plano de Redenção nos ensina através de rituais, símbolos, sacrifícios e cerimônias a obra de Cristo como intercessor e Sumo Sacerdote. Ao profeta João foi concedida uma visão mais ampla e reveladora acerca do santuário celestial, sua mobília e a arca da aliança em meio a trovões e terremoto, verbis:

“Depois destas coisas, olhei, e abriu-se no céu o santuário do tabernáculo” Apocalipse 15:5. “Abriu-se, então, o santuário de Deus, que se acha no céu, e foi vista a arca da Aliança no seu santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremoto e grande saraiva” Apocalipse 11:19. Escritos de White complementa o alegado encimado:

O santuário do Céu, no qual Jesus ministra em nosso favor, é o grande original, de que o santuário construído por Moisés foi uma cópia. … O esplendor sem-par do tabernáculo terrestre refletia à vista humana as glórias do templo celestial em que Cristo, nosso Precursor, ministra por nós perante o trono de Deus. … Moisés fez o santuário terrestre segundo o modelo que lhe foi mostrado. Paulo ensina que aquele modelo era o verdadeiro santuário que está no Céu. E João dá testemunho de que o viu no Céu.
Ellen G. White, O Grande Conflito, pág 412-413

É cediço, que existiam dois compartimentos no santuário, tanto no santuário terrestre como no santuário celestial. No primeiro compartimento, encontramos a mesa dos pães da preposição, o candelabro e o altar de incenso. O primeiro compartimento era duas vezes mais comprido que o segundo. Nele ministravam diariamente os sacerdotes comuns. Esse aposento era chamado lugar santo, “Com efeito foi construído um Tabernáculo. Na qual estavam o candelabro, e a mesa, e os pães da preposição; a essa se chama o lugar santo” Hebreus 9:2. De acordo com as Escrituras, assim estavam distribuídos e localizados os utensílios no lugar santo, ou primeiro compartimento segundo o modelo dado pelo Senhor a Moisés: “Pôs também a mesa na tenda da congregação, ao lado do tabernáculo, para o norte, fora do véu, e sobre ela pôs em ordem o pão perante o Senhor, como o Senhor ordenara a Moisés. Pôs também na tenda da congregação o candelabro na frente da mesa, ao lado do tabernáculo, para o sul, e acendeu as lâmpadas perante o SENHOR, como o SENHOR ordenara a Moisés. E pôs o altar de ouro na tenda da congregação, diante do véu, E acendeu sobre ele o incenso de especiarias aromáticas, como o Senhor ordenara a Moisés” Êxodo 40:22-27.

Com precisão cirúrgica, escritos de White se coadunam com a Bíblia, revelam quais utensílios compunham o primeiro compartimento, verbis:

No primeiro compartimento, ou lugar santo, estavam a mesa dos pães da proposição, o castiçal ou candelabro, e o altar de incenso.
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pág 359

O aludido primeiro compartimento ou lugar santo, era separado do segundo, por meio de um véu de fino tecido de linho azul, púrpura e escarlata em que estavam bordados querubins. White relata que:

O edifício era dividido em dois compartimentos por uma rica e linda cortina, ou véu, suspensa de colunas chapeadas de ouro; e um véu semelhante fechava a entrada ao primeiro compartimento.
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pág 357

Outrossim, vislumbra-se que o segundo compartimento, perfeitamente quadrado, era chamado Santo dos Santos ou lugar Santíssimo, somente o Sumo Sacerdote poderia entrar nesse compartimento, uma única vez por ano no dia da Expiação, para purificação do santuário. Resta indagarmos, o que havia no segundo compartimento, ou santíssimo? “Também farão uma arca de madeira de acácia; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura. E porás na arca o Testemunho, que eu te dei.” Êxodo 25:10;16. “Tomou o testemunho, e pô-lo na arca, e colocou os varais na arca; e pôs o propiciatório em cima da arca” Êxodo 40:20. O santuário era dotado de cerimônias peculiares com seus devidos significados e símbolos, segundo Haskell, com útil deslinde para nossa compreensão acerca do tema, o renomado pioneiro relata que a razão dos sacrifícios nos dois santuários, tanto terrestre como celestial, era a arca da aliança, cuja lei quebrada exigia a morte do pecador ou então, um sacrifício simbólico do Redentor do mundo, resultando com a purificação da igreja e do santuário, verbis:

A arca era o símbolo central de todo o santuário. A Lei quebrantada, depositada na arca, era a única razão de todos os sacrifícios, tanto no serviço simbólico como no antitípico. Quando o Senhor ordenou que se construísse o santuário, sua primeira instrução foi: Farás uma arca de madeira de acácia; de 1,25m será o seu comprimento, 75 cm a largura e 75 cm a altura. Êxodo 25:10. Era revestida por dentro e por fora com ouro puro, tendo uma coroa de ouro ao redor em sua parte superior.
HASKELL, Stephen N. A Cruz e sua Sombra, pág 41

Ademais, a irmã White comunga dos relatos ofertados por Haskell, destacando o serviço celebrado no santíssimo, qual seja a expiação, seu liame com o céu, asseverando de forma contundente que existe uma ligação entre os dois santuários, o terrestre e o celestial, como também o conteúdo do segundo compartimento, a arca da aliança com os Dez Mandamentos, visto em visão pelo apóstolo João, o vidente do apocalipse.

Além do véu interior estava o santo dos santos, onde se centralizava a cerimônia simbólica da expiação e intercessão, e que formava o elo entre o Céu e a Terra. Nesse compartimento estava a arca, uma caixa feita de acácia, coberta de ouro por dentro e por fora, e tendo uma coroa de ouro em redor de sua parte superior. Fora feita para ser o receptáculo das tábuas de pedra, sobre as quais o próprio Deus escrevera os Dez Mandamentos. Daí o ser ela chamada a arca do testemunho de Deus, ou a arca do concerto, visto que os Dez Mandamentos foram a base do concerto feito entre Deus e Israel.
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pág 359

O santuário terrestre foi construído segundo modelo do santuário celestial. White, em visão, também contemplou o santuário celeste tal como o vidente do apocalipse. Ela viu os dois compartimentos e destacou que são semelhantes:

Foi-me também mostrado um santuário sobre a Terra, contendo dois compartimentos. Parecia-se com o do Céu, e foi-me dito que era uma figura do celestial. O aparelhamento do primeiro compartimento do santuário terrestre era semelhante ao do primeiro compartimento do celestial. O véu ergueu-se e eu olhei para o santo dos santos, e vi que a mobília era a mesma do lugar santíssimo do santuário celestial.
Ellen G. White, Primeiros Escritos, pág 252-253

Ademais, além do útil deslinde acerca dos dois compartimentos, a renomada autora viu os utensílios do santuário celestial, asseverando que são semelhantes aos do santuário terrestre, quais sejam, o candelabro, pães da preposição, altar de incenso no primeiro compartimento, como a arca da aliança que descansava no segundo compartimento ou santíssimo.

Assim como o santuário na Terra tinha dois compartimentos: o santo e o santíssimo, assim há dois lugares santos no santuário no Céu. E a arca contendo a lei de Deus, o altar de incenso e outros instrumentos de serviço encontrados no santuário terrestre têm seu equivalente no santuário lá do alto. Em santa visão permitiu-se que o apóstolo João entrasse no Céu, e ele contemplou ali o candelabro e o altar de incenso, e, quando se abriu o templo de Deus, ele contemplou também “a arca do Seu concerto”. Apoc. 11:19.
Ellen G. White, Cristo em Seu Santuário, pág 17

A cobertura da arca chamava-se propiciatório, e era de ouro puro. Em ambas as extremidades do propiciatório estava um querubim de ouro batido, com suas asas estendidas cobrindo a arca, e seu rosto voltado para baixo olhando reverentemente para onde a Lei de Deus estava depositada; entre os dois querubins encontrava o SHEKINAH, onde Deus habitava, era aí que ele se manifestava. “Igualmente farás um propiciatório, de ouro puro, o seu comprimento será de dois côvado e meio, e a sua largura de um côvado e meio. E porás o propiciatório em cima da arca; e dentro da arca porás o testemunho que te darei” Êxodo 25:17; 21.

White, comunga do mesmo entendimento, ao destacar:

da lado. Uma asa de cada anjo estendia-se ao alto, enquanto a outra estava fechada sobre o corpo em sinal de reverência e humildade. Ezeq. 1:11. A posição dos querubins, tendo o rosto voltado um para o outro, e olhando reverentemente abaixo para a arca, representava a reverência com que a hoste celestial considera a lei de Deus, e seu interesse no plano da redenção.
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, pág 360

Os sacerdotes ministravam no primeiro compartimento, ao passo que o Sumo sacerdote ministrava no segundo compartimento. Apenas uma vez por ano lhe era permitido entrar no santíssimo para fazer a expiação, no dia dez do sétimo mês bíblico, o Apóstolo relata os serviços realizados nos dois compartimentos. “Ora, estando estas coisas assim preparadas, a todo o tempo entravam os sacerdotes no primeiro compartimento, cumprindo os serviços. Mas no segundo (compartimento) só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo” Hebreus 9:6-7. É de todo oportuno salientar, que os sacerdotes e o sumo sacerdote, durante os serviços diário e anual entravam no santuário com sangue durante seus serviços, “porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida” Levítico 17:11. “Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão” Hebreus 9:22. Portanto, Jesus entrou no santuário celeste com seu próprio sangue, não necessitando de oferecer sacrifício todos os dias, ele é o sacrifico mais perfeito. “que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois , pelo do povo, porque fez isso uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu” Hebreus 7:27.

Todos os tipos, como a expiação, simbolizavam o perdão de pecadores e limpeza do santuário terrestre manchado por causa de nossas transgressões e limpeza do santuário celestial manchado pelo pecado de Satanás e seus anjos. É pacífico o sedimentado entendimento de que existe pecado e que o santuário celestial foi manchado pelo pecado de Satanás, portanto necessita ser purificado. A pergunta a ser feita é como o Santuário será purificado?

PARTE II

Perquirindo os escritos de Alonzo, encontramos alguns textos que retratam a obra e ministério do santuário. Ele é incisivo ao relatar que o santuário terrestre, o templo com seu ministério e serviços como tais, não eram senão uma figura do verdadeiro, que existia então no céu, com seu ministério e serviços. Quando se apresentou a Moisés pela primeira vez o conceito do santuário, o Senhor lhe disse: “Vê, e faz conforme ao modelo que viste, que te foi mostrado no monte” Hebreus 8:5; Êxodo 25:40; 26:30; 27:8. O santuário na terra era, pois, uma figura do verdadeiro, no sentido de ser uma representação do mesmo. O ministério e os serviços terrenos, eram figuras do verdadeiro, no sentido de ser um modelo, as figuras das coisas celestiais segundo o assaz testemunho de Paulo aos Hebreus: “Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas, com sacrifícios a eles superiores. Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus” Hebreus 9:23-24. É cediço, que todo o aparato do serviço do santuário com seus tipos e sombras faziam parte do Plano de Redenção, no entanto, qual era o verdadeiro propósito do Senhor com a obra do santuário? Exsurge nos escritos de Alonzo uma resposta contundente, vejamos:

O grande fim e propósito do verdadeiro santuário, sacerdócio e ministério, era que Deus morasse nos corações do povo. Agora, qual era o grande fim e propósito de morar nos corações do povo? A resposta é: perfeição. A perfeição moral e espiritual do adorador.
Alonzo T. Jones, 2011, O Caminho Consagrado a Perfeição Cristã, pág 53

Descobrimos que o propósito de Deus na obra da purificação do santuário era culminar com a purificação do povo, com o Senhor habitando no coração do pecador penitente imputando natureza divina ou justiça eterna, no entanto, vale indagarmos, quando começará esta obra? Quem vai nos ajudar no deslinde da controvérsia é o profeta Daniel. Ele escreveu determinando o tempo da purificação do santuário, dizendo: “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” Daniel 8:14. O cômputo dessa profecia nos leva ao ano de 1844 e qual era o santuário a ser purificado em 1844? Com certeza tratava-se do santuário celestial, uma vez que o templo terrestre não tinha mais função após a ruptura do véu na morte de Cristo, “eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas” Mateus 27:51. quando o véu se rompeu por ocasião da morte de Cristo, era uma nítida demonstração de que os sacrifícios e ofertas oferecidos no santuário terrestre não mais seriam recebidas, que a obra expiatória de Cristo continuaria no santuário celestial que tomou lugar do santuário terrestre. A irmã White relata que:

A ruptura do véu do templo mostrou que os sacrifícios e ordenanças judaicos não mais seriam recebidos. O grande Sacrifício havia sido oferecido e aceito, e o Espírito Santo, que desceu no dia de Pentecostes, levou a mente dos discípulos do santuário terrestre para o celestial, onde Jesus havia entrado com o Seu próprio sangue, a fim de derramar sobre os discípulos os benefícios de Sua expiação. Mas os judeus foram deixados em trevas completas. Perderam toda a luz que podiam ter recebido sobre o plano da salvação, e ainda confiavam em seus inúteis sacrifícios e ofertas. O santuário celestial havia tomado o lugar do terrestre, mas eles não tiveram conhecimento da mudança. Assim não podiam ser beneficiados pela mediação de Cristo no lugar santo.
Ellen G. White, 2004, História da Redenção, pág 386-387

Com efeito, Cristo seria o sacrifício perfeito, não necessitando mais de ofertas de animais. A descida do Espirito Santo no dia do Pentecostes tinha por função levar a mente dos discípulos para o santuário celestial e sua obra, com o sacrifício do próprio Cristo e seu sangue: “Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção” Hebreus 9:11-12.
Ademais, a total destruição do santuário terrestre, ocorreu no ano setenta depois de Cristo, segundo escritos do profeta Daniel: “Depois de sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num diluvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas” Daniel 9:26. Quando o general romano Tito saqueou e destruiu a cidade de Jerusalém, pondo seus muros abaixo no aludido ano, o templo foi completamente consumido pelo fogo, portanto, não existia mais santuário terrestre quando a profecia dos dois mil e trezentos anos se cumpriram em 1844. O pioneiro JONES, Alonzo T. seguindo o curso da profecia de Daniel, destaca o Santuário celestial, como único a ser purificado, verbis:

E certamente, o santuário do qual Cristo é o Sumo Sacerdote é o único que poderia ser purificado em 1844, já que é o único que existia então. O santuário que era figura para o tempo presente, foi destruído pelo exército Romano, junto com a cidade (Dan. 9:26). Inclusive sua substituição foi destruída “até uma inteira consumação”. Por Ele, o único santuário que poderia ser purificado no tempo assinalado pelo Autor da profecia, ao final dos 2300 dias, era o próprio santuário de Cristo. O santuário e o verdadeiro tabernáculo de que Cristo, à destra de Deus, é verdadeiro sacerdote e ministro. Este “santuário e verdadeiro tabernáculo que o Senhor assentou, e não homem”.
Alonzo T. Jones, 2011, O Caminho Consagrado a Perfeição Cristã, pág 77

Ellen White (GC 416) observou que a purificação do “santuário terrestre, bem como do celestial” foi “plenamente ensinada” por Deus através dos escritos lavrado por Paulo: “Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão. Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos céus se purificassem com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores” Hebreus 9:22,23. Explicando o celestial pelo terrestre, ela escreveu:

Como antigamente eram os pecados do povo colocados, pela fé, sobre a oferta pelo pecado, e, mediante o sangue desta, transferidos simbolicamente para o santuário terrestre, assim em o novo concerto, os pecados dos que se arrependeram são, pela fé, colocados sobre cristo e transferidos de fato, para o santuário celeste. E como a purificação típica do santuário terrestre se efetuava mediante a remoção dos pecados pelos quais se poluíra, igualmente a purificação real do santuário celeste deve efetuar-se pela remoção, ou apagamento, dos pecados que ali estão registrados. Mas antes que isso se possa cumprir, deve haver um exame dos livros de registro para determinar quem, pelo arrependimento dos pecados e fé em Cristo, tem direito aos benefícios de Sua expiação. A purificação do santuário, portanto, envolve uma investigação — um julgamento.
Ellen G. White, O Grande Conflito, pág 420

White, em seus escritos, chama nossa atenção para o fato de que o serviço do santuário tem vínculo com o céu por se tratar do Plano de Redenção, no final do encimado texto, ela relata o exame dos livros ou Juízo Investigativo iniciado por Cristo em 1844, evento relatado pelo vidente apocalíptico. “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a Terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus e dai-Lhe glória, porque vinda é a hora do Seu juízo. E adorai Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” Apocalipse 14:6-7. Examinando o caso de cada crente, para ao final, contemplar quem foi beneficiado pela expiação, culminando com a obra de purificação do santuário. Convém ressaltar, que os serviços do santuário terrestre eram um “exemplo e sombra” do celestial, segundo escritos de White:

E o que se fazia tipicamente no ministério do santuário terrestre, é feito na realidade no ministério do santuário celestial.
Ellen G. White, O Grande Conflito, pág 419

Restou comprovado, que os serviços do santuário terrestre eram típicos da obra de Cristo realizada no santuário celestial, obra iniciada no primeiro compartimento do santuário, a partir de sua ascensão ao céu. Cristo ministrou no primeiro compartimento até o ano de 1844, quando finda a profecia de Daniel 8:14, até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado. Neste dito ano, Cristo entrou no segundo compartimento do santuário celestial, iniciando o Juízo de Investigação para purificar o Santuário celestial. Paulo enfatiza a obra do primeiro compartimento do santuário, e que a obra do segundo compartimento ou santíssimo, só começava quando encerrava a obra do primeiro compartimento: “Ora, depois de tudo isto assim preparado, continuamente entram no primeiro compartimento tabernáculo os sacerdotes, para realizar os serviços sagrados; mas, no segundo, o sumo sacerdote, ele sozinho, uma vez por ano, não sem sangue, que oferece por si e pelos pecados de ignorância do povo, querendo com isto dar a entender o Espírito Santo que ainda o caminho do Santo Lugar não se manifestou, enquanto o primeiro tabernáculo continua erigido” Hebreus 9:6-8. Ensinamentos compartilhado por White, deveras, relatando que a obra do primeiro compartimento do santuário era encerrada quando o sumo sacerdote ministrava no segundo compartimento no dia da expiação, verbis:

No cerimonial do santuário terrestre, que, conforme vimos, é uma figura do serviço no santuário celestial, quando o sumo sacerdote no dia da expiação entrava no lugar santíssimo, cessava o ministério no primeiro compartimento. Deus ordenara: “E nenhum homem estará na tenda da congregação quando ele entrar a fazer propiciação no santuário, até que ele saia.” Lev. 16:17. Assim, quando Cristo entrou no lugar santíssimo para efetuar a obra final da expiação, terminou Seu ministério no primeiro compartimento. Mas, quando o ministério no primeiro compartimento terminou, iniciou-se o do segundo compartimento. Quando, no cerimonial típico, o sumo sacerdote deixava o lugar santo no dia da expiação, entrava perante Deus para apresentar o sangue da oferta pelo pecado, em favor de todos os israelitas que verdadeiramente se arrependiam de suas transgressões. Assim Cristo apenas completara uma parte de Sua obra como nosso intercessor para iniciar outra, e ainda pleiteia com Seu sangue, perante o Pai, em favor dos pecadores.
Ellen G. White, 1985, O Conflito do Séculos, pág 428

Na página 76 de seu livro, JONES traz à lume a forma típica de purificação do santuário terrestre, asseverando que na figura do verdadeiro ou santuário visível, a sucessão dos serviços formava um ciclo que completava anualmente. E a purificação do santuário era a consumação deste serviço anual figurativo. Esta purificação do santuário consistia na limpeza e eliminação de pecados do santuário, utilizando como ferramenta a expiação, segundo comando do texto que dormita no Pentateuco: “Assim, fará expiação pelo santuário por causa das impurezas dos filhos de Israel, e das suas transgressões, e de todos os seus pecados. Da mesma sorte, fará pela tenda da congregação, que está com eles no meio das suas impurezas” Levítico 16:16. Vislumbra-se de forma límpida que o escopo do Onipotente era purificar o santuário das imundícies dos filhos de Israel, e de suas rebeliões, e de todos seus pecados que, mediante o ministério sacerdotal, haviam sido levados ao santuário durante o ano. Ou seja, os pecados cometidos diariamente eram acumulados no santíssimo através da obra do sacerdote no primeiro compartimento, necessitando de uma obra mais ampla no dia dez do sétimo mês do calendário bíblico, no dia da expiação da Festa dos Tabernáculos, nesse dia todos os pecados dos Hebreus que participavam desse evento com jejum e orações, eram removidos do santuário, ao passo que, os Israelitas que não acompanhavam nem atentavam para o dia da expiação não eram beneficiados pelo sacrifício expiatório figurado pelo sacrifício simbólico de animais que representavam o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. Diante do ditame divino, os Israelitas obedeciam prontamente sem questionar: “Mas, aos dez deste mês sétimo, será o Dia da Expiação; tereis santa convocação e afligireis a vossa alma; trareis oferta queimada ao Senhor. Nesse mesmo dia, nenhuma obra fareis, porque é o dia da Expiação, para fazer expiação por vós perante o Senhor, vosso Deus. Porque a alma que, nesse dia, se não afligir será eliminada do seu povo” Levítico 23:27-29. A irmã White, compartilha do mesmo ensinamento das Escrituras, ao ratificar, somente aqueles que acompanham a obra expiatória de Cristo pela fé no santuário celestial, ou seja, sua igreja, serão beneficiados pela mediação do nosso Sumo Sacerdote, Cristo:

Os que, pela fé, seguem a Jesus na grande obra da expiação, recebem os benefícios de Sua mediação em seu favor; enquanto os que rejeitam a luz apresentada neste ministério não são por ela beneficiados.
Ellen G. White, 1985, O Conflito do Séculos, pág 429

Como dito alhures, a obra expiatória de Cristo ou Juízo de Investigação, encetou em 1844, para purificação do santuário e do povo. No aludido ano, a porta do primeiro compartimento do lugar santo foi fechada, ela fecha quando, segundo o livro de Levítico, o sumo sacerdote adentra o segundo compartimento iniciando os trabalhos de limpeza ou expiação dos pecados no santíssimo. Cristo fechou a porta do primeiro compartimento do santuário e abriu a do segundo ao adentrar nesse recinto em 1844. Como cumprimento de suas palavras aplicada no livro de Apocalipse, nas cartas dirigidas às igrejas: “Isto diz O que é santo, O que é verdadeiro, O que tem a chave de Davi; O que abre e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre. Eu sei as tuas obras: e eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar” Apocalipse 3:7-8.

PARTE III

Vislumbra-se, que o pioneiro Alonzo comunga dos ensinamentos divinos, asseverando que a purificação do santuário consistia também na purificação do povo Hebreu como resultado da eliminação dos pecados, então ele finaliza fazendo uma comparação entre a obra do sacerdote terrestre como figura da obra de Cristo no santuário celestial, vejamos:

A consumação desta obra, de e para o santuário, era também a consumação da obra para o povo, já que neste dia da purificação do santuário, que era o dia da expiação (ou reconciliação), quem não participasse do serviço de purificação mediante o escrutínio do coração, confissão e expulsão do pecado, seria cortado definitivamente do povo. Assim, a purificação do santuário afetava o povo e o incluía tão certamente como ao próprio santuário. E qualquer um do povo que não participasse da purificação do santuário, não sendo ele mesmo purificado como o era o santuário – de toda a iniquidade, transgressão e pecado, – era cortado do povo para sempre. Lev. 16:15-19; 29-34; 23:27-32. E isto “era figura daquele tempo presente”. Este santuário, sacrifício, sacerdócio e ministério, eram figura do verdadeiro, que é o santuário, sacrifício, sacerdócio e ministério de Cristo. E esta purificação do santuário era uma figura do verdadeiro, que é a purificação do santuário – e verdadeiro tabernáculo que o Senhor assentou, e não o homem, – de toda a impureza dos crentes em Jesus, por causa de suas transgressões em todos os seus pecados. E o momento desta purificação do verdadeiro, nas palavras dAquele que não pode errar, é: “até 2300 dias, e o santuário será purificado”- o santuário de Cristo, – no ano 1844 de nossa era.
Alonzo T. Jones, 2011, O Caminho Consagrado a Perfeição Cristã, pág 77

Nos ditos do renomado pioneiro, acolhendo os lídimos ensinos das sagradas Escrituras, ele retrata que somente os que acompanhavam o serviço expiatório no dia da expiação com orações e jejum, eram beneficiados, ao passo, que os remissos, não eram contemplados pelos benefícios expiatórios, restando-lhes a eliminação do povo de Deus.

Temos visto que no serviço do santuário terrestre, quando se havia finalizado a obra do evangelho no ciclo anual em benefício daqueles que nele haviam tomado parte, aqueles que, pelo contrário, não haviam participado, eram cortados ou excluídos. “O qual era figura daquele tempo presente”, e ensina de forma inequívoca que no serviço do verdadeiro santuário, quando se houver finalizado a obra do evangelho para todos os que participam nele, então, todos aqueles que não tomaram parte, serão excluídos. Assim, em ambos sentidos, a consumação do mistério de Deus significa por fim ao pecado para sempre.
Alonzo T. Jones, 2011, O Caminho Consagrado a Perfeição Cristã, pág 79

Não temos olvidado, que nos dias antítipos que atravessamos, somente os que acompanham a obra restauradora de Cristo no santuário celestial serão contemplados com a chuva Serôdia e os demais benefícios da expiação de Cristo em proveito de seu povo. O profeta Daniel retrata a purificação do santuário ou do povo culminando com a justiça eterna de Cristo imputada no coração do servo do Senhor: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos” Daniel 9:24. De forma incisiva, Alonzo relaciona a obra do santuário com o derramamento da chuva Serôdia para o povo de Deus, ou justiça eterna:

Posto que é neste tempo que a vinda de Jesus e a restauração de todas as coisas está às portas; e dado que este aperfeiçoamento dos santos deve necessariamente preceder a dita vinda e restauração, temos uma sólida evidência de que agora estamos no tempo do refrigério, o tempo da Chuva Serôdia. E tão certamente como isto é assim, estamos atualmente vivendo no tempo do apagar definitivo de todos pecados que em qualquer tempo nos assediaram. A purificação do santuário consiste precisamente em apagar os pecados: em acabar com a transgressão em nossas vidas; em por fim a todo o pecado em nosso caráter; na vinda da própria justiça de Deus que é pela fé em Jesus, para que ela somente permaneça para todo o sempre.
Alonzo T. Jones, 2011, O Caminho Consagrado a Perfeição Cristã, pág 84

Os hebreus, não compreenderam que a obra simbólica de purificação do santuário terrestre no dia da expiação, tinha por desiderato, a purificação do povo para erradicar os pecados, com efeito, os judeus se perderam sufocados por sua justiça própria, acreditando que o simples formalismo das cerimônias seria suficiente para purificá-los, este foi um engano fatal para sobrevivência do povo de Israel como nação. Ver comentários de Alonzo, Jones T:

No serviço do santuário terrestre vemos também que para produzir-se a purificação, completando-se assim o ciclo da obra do evangelho, deveria este primeiro alcançar seu cumprimento nas pessoas que participavam no serviço. Em outras palavras: no santuário mesmo não se podia acabar com a prevaricação, por fim ao pecado, expiar a iniquidade nem trazer a justiça eterna, até que tudo isto se houvesse cumprido em cada pessoa que participava do serviço do santuário. O santuário mesmo não podia ser purificado antes que o fossem cada um dos seus adoradores. O santuário não podia ser purificado enquanto se continuasse introduzindo nele uma torrente de iniquidades, transgressões e pecados, mediante a confissão do povo e a intercessão dos sacerdotes. A purificação do santuário como tal, consistia na erradicação e expulsão do santuário, de todas as transgressões do povo, que pelo serviço dos sacerdotes havia sido introduzido nele, durante todo o ano. E esta torrente deve ser detida em sua fonte, nos corações e vidas dos adoradores, antes que o santuário mesmo possa ser purificado.
Alonzo T. Jones, 2011, O Caminho Consagrado a Perfeição Cristã, pág 79-80

Todo simbolismo da obra do santuário terrestre colimava a purificação do povo. Era uma representação da purificação dos remanescentes e do santuário celestial, obra ministrada por Cristo, o nosso grande Sumo Sacerdote, com a finalidade de purificar o santuário celestial e a igreja de Deus, acabar com a prevaricação, por fim ao pecado, expiar a iniquidade e imputar a justiça de Cristo eternamente no coração de seus servos, segundo nos relatou o profeta Daniel e ratificado por Jones:

O primeiro ato que se efetuava na purificação do santuário, era a purificação do povo. O que era essencial e imprescindível para a purificação do santuário, para acabar a prevaricação, por fim ao pecado, expiar a iniquidade e trazer a justiça eterna, era acabar a prevaricação, por fim ao pecado, expiar a iniqüidade e trazer a justiça eterna no coração e vida de cada um dentre os do povo. Quando se detinha em sua origem a torrente que fluía até o santuário, então, e, somente então, poderia o próprio santuário ser purificado dos pecados e das transgressões do povo, que haviam sido introduzidos nele mediante a intercessão dos sacerdotes.
Alonzo T. Jones, 2011, O Caminho Consagrado a Perfeição Cristã, pág 80

Nos esclarecedores ditos de Jones, o santuário só poderia ser purificado com a purificação do povo, portanto, o santuário terrestre era uma figura do verdadeiro santuário, não podemos ignorar que o sangue de animais era insuficiente, somente o purificador sangue de Cristo pode remover pecado e santificar o povo para sempre, verbis:

Tal é precisamente o objetivo do verdadeiro sacerdócio e ministério no verdadeiro santuário. Os sacrifícios, o sacerdócio e ministério no santuário que não eram mais que uma mera figura para aquele tempo presente, não podiam realmente tirar o pecado, não podiam fazer perfeito os que se achegavam a ele. Mas o sacrifício, o sacerdócio e o ministério de Cristo no verdadeiro santuário, tira os pecados para sempre, faz perfeitos aos todos quantos se achegam a Ele, faz perfeitos para sempre aos santificados.
Alonzo T. Jones, 2011, O Caminho Consagrado a Perfeição Cristã, pág 81

Cristo entrou no santíssimo em 1844, para purificá-lo. Todavia, sabemos que o povo precisa ser purificado, então, o Senhor utiliza como ferramenta a chuva Serôdia, evento em que a justiça de Cristo será derramada nos corações dos remanescentes para sempre, resultando no fechamento da porta da graça, quando Cristo sair do santuário e pronunciar, ESTÁ CONSUMADO!. Vejamos, escritos da lavra de Jones:

E agora, neste tempo da consumação da esperança dos séculos, neste tempo em que o verdadeiro santuário deve ser genuinamente purificado, neste tempo em que deve ser completada a obra do evangelho e consumado realmente o mistério de Deus, é o momento dentre todos os momentos que jamais tenham passado, no qual os crentes em Jesus, que são os benditos destinatários de Seu glorioso sacerdócio e maravilhosa intercessão no verdadeiro santuário, participem da plenitude de Sua graça celestial de forma que em suas vidas se acabe a prevaricação, haja o fim do pecado e a iniquidade seja expiada para sempre, e na perfeição da verdade recebam a justiça eterna.
Alonzo T. Jones, 2011, O Caminho Consagrado a Perfeição Cristã, pág 81

Vale ressaltar, já estudamos de forma incisiva que a purificação do santuário depende da purificação do povo. Para que se cumpra o plano de Deus, o povo precisa ser purificado. A indagação que se faz é como purificar o povo, herdeiro da natureza pecaminosa? O profeta Jeremias traz a lume a resposta, quando relata: “Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; será este o seu nome, com que será chamado: SENHOR, Justiça Nossa” Jeremias 23:6. O pioneiro Alonzo, amplia esta verdade ainda encoberta para muitos, quando destaca que a justiça eterna é Cristo formado em todo crente, ou seja, é a imputação de sua natureza divina no coração do pecador penitente:

A consumação do mistério de Deus é o cumprimento final da obra do evangelho. E a consumação da obra do evangelho é, primeiramente, a erradicação de todo vestígio de pecado e trazer a justiça eterna, isto é, Cristo plenamente formado em todo o crente, Deus manifestado na carne de cada crente em Jesus; e em segundo lugar, e por outro lado, a consumação da obra do evangelho significa precisamente a destruição de todos aqueles que deixaram de receber o evangelho (2 Tes. 1:7-10), já que não é a vontade do Senhor preservar a vida de homens cujo único fim seria acumular miséria sobre si mesmos.
Alonzo T. Jones, 2011, O Caminho Consagrado a Perfeição Cristã, pág 79

O Senhor Justiça Nossa, segundo narrou Jeremias, é a natureza divina de Cristo imputada nos corações dos santos; com o derramamento da chuva Serôdia a igreja receberá a justiça eterna ou natureza divina permanentemente, para eternidade. Na consumação desse memorável evento a igreja já estará selada pelo anjo escrivão e estará pronta para suportar o tempo de angústia de Jacó. Segundo Alonzo, não será uma justiça que possa ser removida, a justiça eterna resulta na purificação do santuário e erradicação do pecado.

Recordem-se; justiça eterna. Não justiça para hoje e pecado para amanhã, e justiça outra vez, e pecado de novo. Isto não é justiça eterna (retidão perdurável). A justiça eterna é trazida, e permanece constantemente na vida de quem tem crido e confessado, e que segue crendo e recebendo esta justiça eterna em lugar do pecado e do pecar. Nisto consiste a justiça eterna, nisto consiste a redenção eterna do pecado. E esta bênção maravilhosa é o dom gratuito de Deus por meio do ministério celestial que foi estabelecido para nosso benefício no sacerdócio e ministério de Cristo no santuário celestial.
Alonzo T. Jones, 2011, O Caminho Consagrado a Perfeição Cristã, pág 83

Diante do exposto, dessume-se que a igreja precisa se preparar utilizando duas poderosas ferramentas ofertadas por Deus, Reavivamento e Reforma para refletir a imagem de Cristo.

E antes que venha, Seu povo deve estar nesta condição. Antes que venha devemos ter sido levados a este estado de perfeição, à plena imagem de Jesus. Efésios 4:7, 8, 11-13. E este estado de perfeição, este desenrolar em todo o crente à completa imagem de Jesus, isto é a consumação do mistério de Deus, que é Cristo em vós, a esperança da glória. Esta consumação acha seu cumprimento na purificação do santuário, que significa a realização plena do mistério de Deus, e que é acabar a prevaricação, por um fim completo aos pecados, fazer reconciliação pela iniquidade, trazer a justiça eterna, selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos.
Alonzo T. Jones, 2011, O Caminho Consagrado a Perfeição Cristã, pág 84
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