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O que o santuário nos ensina?

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Que lições podemos aprender, sobre várias crenças bíblicas, a partir de um estudo mais profundo sobre a realidade do santuário? A compreensão sobre o santuário foi essencial no desenvolvimento do sistema doutrinário adventista.

Quem é Deus

O santuário traz lições preciosas sobre o caráter de Deus: “Glória e majestade estão diante dele, força e formosura, no seu santuário” (Salmo 96:6). O santuário aponta para a imanência de Deus, que quer estar perto de seu povo: “[…] habitarei no meio deles” (Êxodo 25:8). Ao mesmo tempo, o santuário reafirma o seu caráter santo e transcendente, pois Emanuel é “Deus conosco”, mas também é um “sumo sacerdote […] santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e exaltado acima dos céus” (Hebreus 7:26).

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Como ter segurança

O santuário celestial também é o local de onde Deus governa o universo. Por isso, a Bíblia descreve um trono ali (Hebreus 8:1-2). No santuário celestial, Jesus é Rei, “assentado no seu trono” (1 Reis 22:19). Esse é o “trono da graça”, do qual podemos nos aproximar “com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça para ajuda em momento oportuno” (Hebreus 4:16).

De fato, na Bíblia, diversas vezes a oração do homem é direcionada ao santuário celestial, e é de lá que Deus ouve (2 Crônicas 30:27). Ali, na sua “santa habitação” celestial, Deus não apenas ouve, mas abençoa (Deuteronômio 26:15) e perdoa (1 Reis 8:30). É “do alto do seu santuário, desde os céus”, que Deus vê o sofrimento do seu povo, ouve seu clamor e desce para libertá-lo (Salmo 102:19-20).

Precisamos ver o santuário celestial como um refúgio, um lugar para onde podemos correr em busca do auxílio divino: “Do seu templo ele ouviu a minha voz, e o meu clamor chegou aos seus ouvidos. […] Ele baixou os céus e desceu” (2 Samuel 22:7-10).

Como ocorre a justificação

É do santuário celestial que Deus “ouve […], age e julga os teus servos, condenando o ímpio, fazendo com que pague por seus atos, e justificando o justo” (1 Reis 8:32). A expiação é um processo que começa da cruz e vai até o santuário celestial. A cruz foi o sacrifício perfeito que tornou possível o sacerdócio expiatório de Jesus no céu. Como sumo sacerdote no santuário celestial, Jesus “pode salvar totalmente os que por ele se aproximam de Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hebreus 7:25). Isto é, a salvação passa pela intercessão sacerdotal de Jesus no céu.

Por isso, a Escritura ensina que Jesus foi “ressuscitado para nossa justificação” (Romanos 4:25), e foi constituído sumo sacerdote para apresentar uma oferta no santuário celestial (Hebreus 8:3-4). Na Bíblia, o sangue de Jesus não é descrito apenas como o sangue derramado (na cruz), mas, também, é o “sangue aspergido” (Hebreus 12:24), aplicado após a cruz.

O que é a nova aliança

No Antigo Testamento, o santuário está diretamente relacionado à aliança entre Deus e seu povo (Ezequiel 37:26), por isso ele abrigava a arca da aliança (1 Reis 6:19). E esse vínculo, também, está claro no Novo Testamento, pois o estabelecimento da Nova Aliança está relacionado à entrada de Jesus no santuário celestial (Hebreus 8:6-13). Assim como a antiga aliança tinha um santuário terrestre (Hebreus 9:1), a nova aliança possui um santuário celestial – uma aliança superior e um santuário também superior (Hebreus 8:6).

Como Deus lida com o pecado

O funcionamento do santuário, com seus rituais e objetos, ilustra o plano da salvação. Tudo apontava para Jesus e para aspectos de sua obra. Por isso, Jesus é descrito como Cordeiro de Deus (1:29), sumo sacerdote (Hebreus 3:1), pão (João 6:48), luz (João 8:12) e água (João 4:14) – todos elementos do santuário terrestre.

O santuário também nos ajuda a entender a natureza do pecado e da lei. Dentro do santuário estava a arca da aliança, que continha as tábuas da lei. A Bíblia afirma que o pecado é “a transgressão da lei” (1 João 3:4), e que a lei “suscita a ira” (Romanos 4:15). A cobertura da arca é chamada de “propiciatório”, e a arca sem essa cobertura poderia ser uma ameaça (1 Samuel 6:19-20). Dessa forma, o propiciatório recebia o sangue no Dia da Expiação e ficava metaforicamente entre a santa ira de Deus e o pecador. Curiosamente, João viu a arca da aliança no santuário celestial (Apocalipse 11:19).

O que é o juízo de Deus

Deus é aquele “a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4:13). Chama a atenção o fato de que é do santuário celestial que Deus julga a humanidade, aplicando punição ou concedendo salvação: “o Senhor Soberano, do seu santo templo, testemunhe contra vocês. Vejam! O Senhor já está saindo da sua habitação; ele desce e pisa os lugares altos da terra” (Miqueias 1:2-3).

O que é igreja

A verdade é que, hoje, os cristãos têm um único templo que importa: o santuário celestial. Nossos prédios e locais de adoração, que comumente chamamos de “templos” ou “igrejas”, não podem ser vistos como equivalentes ou substitutos do tabernáculo do deserto ou do templo de Jerusalém.

Além disso, na Bíblia, a igreja (da palavra grega ekklesia) são as pessoas. Até no período em que o tabernáculo estava ativo, quem é chamado de “igreja” é o povo, a “congregação [ekklesia] no deserto” (At 7:38), não o tabernáculo.

Ao nos concentrarmos no ministério de Jesus no santuário celestial, somos lembrados de que “o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens” (Atos 7:48; 17:24), e que, estritamente falando, prédios não são “igrejas”. Por esses motivos, dentre muitos outros, só temos a ganhar ao mergulharmos nas profundezas do ensino bíblico a respeito do santuário.

Isaac Malheiros é doutor em Teologia e professor no Instituto Adventista Paranaense (IAP).

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